Não é de hoje nem da estação passada que as caveiras estão por todos os lados do mundo fashion...
Já arrastaram milhares de adeptos e seja em pequenos detalhes ou em grandes looks ninguém pode negar que exige e passa uma ideia de personalidade forte.
Antes de todos se jogarem nesta tendencia alguns podem pensar no grande Alexander McQueen ou no querido Alexandre Herchcovitch como os inovadores que deram o start para elas ganharem espaço, mas o verdadeiro caveirismo já vem de muuuito tempo atrás e é sobre isso que vou falar um pouco hoje.
Senta que lá vem história :
Na Roma antiga, quando um comandante ganhava uma batalha importante, percorria a cidade num ritual que historiadores chamam de “triunfo romano”.
Era um momento de glória suprema, talvez próximo à reconstituição dos filmes feitos por Hollywood.
Atrás dele, para que não esquecesse que toda ascensão contém uma queda,
um escravo sussurrava no ouvido do vitorioso: “Memento mori”.
Em tradução do latim: “Lembra-te de que és mortal”.
O que nos faz lembrar que somos etéreos, fugazes, navegantes neste mundo e que falando friamente não passamos de um simples saco de ossos revestido de nervos, pele e sangue, mas também, capaz de ter uma alma singela, apesar de possuirmos uma natureza decaída, repleta de falhas e vícios.
E foi assim, por meados do séc XV que se deu inicio ao uso de objetos ''macabros'',
como os crânios, na arte e na moda.
As pessoas costumavam carregar e se rodear de peças que as fizessem lembrar e as
confrontar com a mortalidade. Para que desta maneira refletissem entre a precaridade
efémera dos prazeres mundanos, o vazio das ostentações vaidosas do Homem, o engano pelo apego excessivo pelas riquezas materiais de que se rodeia e a realidade ameaçadora do triunfo final da morte.
Vejam algumas peças antigas :
Memento Mori clássico do final do século XVIII com a representação de uma urna funerária rodeada pela folhagem de um salgueiro-chorão
Memento Mori de 1683. Ouro e cristal protegem uma mecha de cabelo entrelaçada e um esqueleto esmaltado
E como uma ''continuação''deste pensamento nascem as VANITAS (vaidades) que são as expressões artísticas que traduzem, de maneira simbólica nossa relação conflituosa com a morte.
O seu período áureo foi o do século XVII, aliás o grande século das naturezas-mortas .
Que têm um fim! - é esse o aviso.
David Bailly (1584-1657), Auto-retrato com símbolos de Vanitas, 1651, 89,5x122 cm, óleo s/madeira de carvalho, Stedelijk Museum De Lakenhal, Leyden.
Jacques Linard (1600-1645) Vanitas (vaidades) 1645, óleo s/tela, 31x39 cm, Museu do Prado, Madrid.
Michael Wolgemut, "Dança Macabra", ilustração da Weltchronik (crónica mundial), de Hartmann Schedel, Nuremberg, 1493.
Mórbidos, fúnebres, macabros, tétricos, são atemporais, porque anunciam a verdade mais radical de todos os tempos, de sempre - a Morte
Pode parecer estranho, dar arrepios e não ser nada simpático este assunto todo sobre caveiras, mas não devemos nos esquecer que por trás de toda esta representação, lembrar de morte significa dar valor e apreciar vida.
Mórbidos, fúnebres, macabros, tétricos, são atemporais, porque anunciam a verdade mais radical de todos os tempos, de sempre - a Morte
Pode parecer estranho, dar arrepios e não ser nada simpático este assunto todo sobre caveiras, mas não devemos nos esquecer que por trás de toda esta representação, lembrar de morte significa dar valor e apreciar vida.
Já agradeceu pela sua hoje ?
Espero que tenham gostado do texto, tentei escrever e adaptar da maneira fácil e pratica, para que possam compreender o assunto sem muitos termos e citações difíceis de entender.
Pretendo voltar mais com estes posts por aqui, afinal :
Não basta querer, tem que saber!
Beijinhooos